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Receitas

Receita de brownie com azeite para fazer com as crianças

Chame as crianças para a cozinha. Essa receita de brownie não dá nenhum trabalho e enquanto assa, você pode ler ou criar histórias com elas.

O azeite, em bolos e brownies, tem algumas vantagens:

  • A textura fica mais úmida
  • A gordura presente no azeite é mono-insaturada, o que evita o entupimento de artérias
  • O azeite contém vitamina E e polifenois, o que proporciona efeitos anti-inflamatórios e anti-oxidantes (outros óleos vegetais perdem as vitaminas ao serem refinados).

Mas não precisa contar tudo isso para as crianças não: comida tem que ser algo prazeroso, desde o fazer até o comer.

Ingredientes

¾ de xícara de azeite (quanto mais intenso, melhor)

1 ½ xícara de farinha de trigo peneirada

1/3 xícara de cacau em pó

200 gramas de chocolate picado

2 xícaras de açúcar

2 ovos ligeiramente batidos

1 pitada de sal

Modo de fazer

Aqueça o forno a 180º. Unte a uma assadeira retangular de 30×22 cm ou redonda de 22 cm com um pouquinho de azeite. Forrar a forma com papel manteiga ajuda bastante também.

Misture a farinha, o cacau e o sal. Derreta em banho-maria o chocolate já dentro do azeite (ou derreta o chocolate no micro-ondas e depois acrescente o azeite). Deixe amornar, acrescente o açúcar e os ovos. Despeje essa mistura na farinha, mexa e bem e asse no forno por volta de 30 a 35 minutos. Espere amornar para desenformar.

Quer mais receitas para fazer com as crianças?

Meus dois livros infantis, Um Doce de Princesa e O que Comem os Astronautas? tem histórias e receitas divertidas. Veja abaixo a descrição dos livros:

O que comem os astronautas?

Em 1969, o homem pisou pela primeira vez na Lua. Nica e Rico estão curiosos sobre essa viagem, mas não é sobre os perigos do espaço nem o funcionamento das astronaves que eles fazem perguntas. Eles querem mesmo é saber o que os astronautas comem. Salada em pílulas? Frutas em tubos? E tem bolo de aniversário? Puxa, essa conversa deu fome e a viagem é muito longa! É melhor tentar descobrir rápido quais são as receitas favoritas dos astronautas!

Um Doce de Princesa

O que Maria Antonieta da França, Isabel do Brasil, Vitória da Inglaterra e até mesmo a jovem Aiko do Japão atual têm em comum? Todas elas são princesas, é claro! Princesas que existiram de verdade e que, além disso, adoravam um docinho… Uma gostava de baba de moça, outra foi a primeira a provar chocolate. Uma amava sorvete, a outra preferia brownie de batata-doce. Afinal, toda princesa tem o seu doce preferido! Poesia, história e informação convidam o jovem leitor para descobrir o prazer de cozinhar de uma forma divertida e pra lá de saborosa!

 

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Receitas

Bolo de especiarias com azeite

Semana passada falei que estava assando um bolo enquanto escrevia sobre fraudes em azeite. A receita é do novo livro de Lior Lev Sercarz, Mastering Spice, que será lançado no mês que vem. Sercarz, expert em especiarias, lembra que o azeite acentua os sabores de ingredientes cítricos. É verdade: experimente fazer um bolo de laranja ou limão usando azeite e note a diferença. Já essa receita do Sercarz leva, além de laranja, uma mistura de especiarias. Eu fiz a receita algumas vezes antes de publicar. Na primeira usei erva doce e cardamomo e na segunda apenas coentro. Fica bom de todos os jeitos.

Ingredientes do bolo

1 ¾ xícaras / 225 gramas de farinha de trigo

1 xícara / 200 gramas de açúcar granulado

2 colheres de chá de gengibre em pó

1 ½ colheres de chá de fermento em pó

1 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio

¾ colher de chá de erva-doce, cardamomo ou coentro moídos

½ colher de chá de sal

¼ colher de chá de pimenta do reino moída na hora

¾ xícara / 180 ml de azeite extravirgem

⅔ xícara / 160 ml de leite integral

2 ovos grandes

2 colheres de sopa de rum escuro

Raspas de 1 laranja e 2 colheres de sopa de suco de laranja

Ingredientes da cobertura

½ xícara / 60 gramas de açúcar de confeiteiro

2 colheres de sopa de suco de laranja ou limão

Modo de fazer

Aqueça o forno a 180 graus e unte uma forma de bolo inglês.

Em uma tigela grande, misture os ingredientes secos, incluindo os temperos moídos. Em outra tigela, misture o azeite, leite, ovos, rum, raspas de laranja e suco até ficar homogêneo.

Despeje os ingredientes molhados no seco e misture apenas até ficar homogêneo.

Asse no centro do forno por 50 a 60 minutos.

Enquanto isso, faça a cobertura: junte o açúcar de confeiteiro e 2 colheres de sopa de suco de laranja. Espero o bolo amornar antes de retirar da forma e colocar a cobertura.

Dica: dê uma tostada nas especiarias e depois use o pilão para tritura-las. Aproveite para treinar o nariz. O aroma das especiarias tostadas é incrível. Fiz o mesmo bolo e assei em formas de cupcakes. O tempo de assar, neste caso, é menor, entre 20 e 30 minutos. Tem que vigiar. Fiz uma terceira vez e troquei o rum por cachaça. Também dá certo, mas o rum acrescenta mais uma camada de sabor.

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Azeite brasileiro Receitas

Azeite, o melhor amigo do pão

Aposto que quando você pensa em azeite, já lembra imediatamente de um belo pedaço de pão mergulhando no líquido dourado, raspando o fundo do prato. Azeite e pão são assim como homem e cão, melhores amigos um do outro.

Quer uma prova? O Luiz Américo Camargo acabou de lançar “Direto ao Pão – Receitas Caseiras para Todas as Horas”, um livro perfeito para quem gostar de produzir seus próprios pães. Eu fui conferir no índice remissivo e adivinha qual ingrediente aparece mais vezes, depois da farinha? Azeite, claro, citado em 21 páginas. As manteigas que me perdoem (elas aparecem em 13 páginas), mas o azeite é fundamental.

Produzido pela Rita Lobo, “Direto ao Pão” é, possivelmente, o melhor manual já publicado em língua portuguesa para que cozinheiros amadores produzam seus próprios pães. Luiz Américo já lançou há alguns anos o “Pão Nosso” que, apesar de ser um livro incrível, estava preso a um certo dogmatismo da fermentação longa ou natural. Na noite de autógrafos o Luiz me perguntou: “Está fazendo pães?”. Eu comentei que, pelo menos em São Paulo, o acesso a pães de fermentação natural melhorou tanto nos últimos anos, que eu decidi aposentar o meu fermento, mas continuo fazendo pães de fermentação biológica. E para esses pães, o livro apresenta um passo-a-passo para qualquer um bote o forno pra funcionar.

Os destaques de “Direto ao Pão”

A produção da Rita Lobo

Rita Lobo, que produziu o livro, é uma cozinheira atenta às dúvidas fundamentais de cozinheiros amadores. Sabe que o se o azeite é amigo do homem, o tempo é inimigo do pão caseiro. Uma das coisas mais espertas do livro é dividir as receitas pelo tempo que levam para ficar prontas. Se você só tem duas horas, pode fazer um Soda Bread. É feriado e quer investir num pão mais elaborado? Há uma seção de receitas com pães que levam 6 horas para ficarem prontas. Todas as receitas passaram pelo crivo da Rita e da equipe do Panelinha para garantir a facilidade de reprodução.

Os acompanhamentos

Pão pede acompanhamento. O livro tem também receitas de ricota caseira, hummus, barriga de porco, entre outros. É como nos programas da Rita, tudo explicadinho para não deixar dúvidas.

Um bate-papo com Luiz Américo

Para além das explicações técnicas, Luiz Américo dialoga com o leitor em alguns textos que lembram por quê ele foi, por um longo período, um dos críticos gastronômicos mais respeitados do país.

E que azeite fica melhor com o pão?

O melhor azeite possível. É muito raro encontrar um azeite abaixo de R$ 14,00 reais que não tenha origem suspeita. Na semana passada, uma fábrica enorme de azeites falsificados foi encontrada em SP. Além do preço, verifique onde o azeite é envasado. Azeites que são comprados a granel e envasados no Brasil já podem chegar aqui defeituosos e são mais passíveis de falsificação. O melhor azeite possível normalmente começa a partir dessa faixa de preço.

No supermercado, compre duas marcas de azeites. A tradicional, que você leva sempre e uma diferentona. Compre sem medo e compare o sabor das duas. É assim que a gente começa a reconhecer as diferenças de aroma e sabor. Experimente as duas com diferentes pães. Alguns azeites ressaltam a doçura do pão, outros o amargor. E não custa insistir, não compre o só azeite pela acidez. Já publiquei anteriormente O que significa a acidez do azeite e também O que significa o índice de peróxidos no azeite

Lembre-se que, assim como o pão, azeite é melhor quando está fresco. A safra europeia ocorre em novembro e dezembro. A safra brasileira, fevereiro e março. A chilena, maio e junho. Quando mais próximo da data de extração, melhor estará o azeite. Fique atento às pegadinhas: algumas ofertas em supermercado são de azeites de safras passadas, que já não estão no auge do sabor.

Experimente os brasileiros. Alguns azeites produzidos no Brasil conquistaram premiações expressivas no exterior. São mais caros, já que a nossa produção ainda não tem escala, mas vão deixar você de boca aberta.

Então, direto ao pão, porque o livro é o melhor amigo do homem e o pão, o melhor amigo do azeite. O livro está disponível na Livraria da Vila, Martins Fontes, Amazon e livraria do SENAC.

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ABC do azeite Azeite brasileiro Receitas

Sopa de siglas: como ler rótulos de azeite e evitar pegadinhas

Baixa a temperatura, aumenta a vontade de uma boa sopa. Sopa, pão, azeite, vinho e amigos – é juntos e shallow now! E para a sorte dos brasileiros, nossos azeites estão no auge do seu frescor, já que a extração terminou em março, os azeites foram decantados e filtrados e estão chegando às gôndolas.

Ou não. Dei uma volta por algumas boas lojas de São Paulo faz menos de um mês e encontrei azeites da safra passada, extraídos em 2018. De acordo com o rótulo, eles estão dentro da validade de 24 meses. Mas já estão envelhecidos e não faz sentido compra-los se temos azeite novo à disposição.

O que acontece com um azeite quando ele envelhece?

Muita gente se acostumou a comprar azeites levando em conta a baixa acidez. O post mais acessado do 1LA é aquele em que eu explico que acidez não é o único parâmetro de qualidade de um azeite. Uma coisa que não contei nesse post é que a acidez é um parâmetro químico razoavelmente estável, que não varia com o tempo. Ou seja, é um excelente indicador de qualidade na extração, mas não conta nada sobre o envelhecimento do azeite. Logo abaixo da acidez, nos rótulos, aparece um item chamado “Índice de Peróxidos” e esse, sim, conta bastante sobre a evolução do azeite.

O que são os peróxidos?

Peróxidos são uma espécie de bola de cristal para se prever como um azeite vai se degradar. Simplificando bastante, são os primeiros elementos que surgem quando um azeite começa a se oxidar. O valor dos peróxidos aumenta, chega a um pico e depois diminui. E não diminui exatamente porque os peróxidos desaparecem. Pelo contrário, eles se degradam mais ainda e dão origem a aldeídos e cetonas, que são os responsáveis pelo sabor rançoso de azeites velhos. Ou seja, se o índice de peróxidos já está alto no início, é possível prever que o azeite vai se degradar mais rápido.

Tem peróxido no meu azeite?

Sempre tem, porque o processo de evolução química nunca para (usei evolução química só para evitar a palavra “degradação”, mas foi um eufemismo meu). O limite máximo, previsto em lei, para peróxidos em um azeite é 20 meqO2/kg (miliequivalentes de oxigênio por quilo). Um bom azeite tem menos que 12. Um excelente azeite tem menos que 8.

Como está o índice de peróxido dos azeites brasileiros?

Está uma maravilha. Escolhi aleatoriamente três garrafas de azeite brasileiro da safra 2019. O azeite Sabiá da Mantiqueira tem um índice de peróxidos de 1,38. O Olivas do Sul, que estampa esse índice na parte da frente do rótulo, 2,89. O Costa Doce, 3,97. Todos, portanto, bem abaixo do valor de referência de 20 meqO2/kg.

Olha a pegadinha do peróxido!

Para comparar, peguei um azeite português que eu gosto bastante e verifiquei o rótulo. O índice de peróxidos está apenas indicado como igual ou menor ao 20. Ou seja, dentro dos parâmetros exigidos pela lei, mas não ajuda a entender a qualidade do azeite. E aqui é importante pensar pelo lado do produtor: às vezes ele precisa economizar na impressão dos rótulos e em vez de imprimir uma tiragem para cada índice, imprime uma quantidade grande apenas especificando o valor de igual ou menor que 20 meqO2/kg.

Olha a pegadinha do rótulo!

Não há exigência legal para data de validade no rótulo dos azeites. O prazo que consta no rótulo, normalmente de 24 meses, é apenas uma convenção adotada por produtores. Na mesma garrafa do Costa Doce que está à minha frente, o prazo de validade é de 12 meses (vale lembrar que o escoamento da produção atendendo às demandas do mercado e contando com uma única safra por ano é um dos maiores dilemas dos olivicultores). Melhor que olhar validade, é olhar a data de extração para garantir que está comprando azeite bem jovem.

O que eu faço com isso?

Faça sopa e use o azeite mais jovem que você puder ter em mãos! Sirva a sopa com pão, vinho e conte para os amigos o que são os peróxidos.

Veja as receitas de sopa que já publiquei por aqui:

Sopa cremosa de milho

Sopa de alho-poró com cerveja

Sopa de abóbora australiana

Sopa de grão-de-bico com limão

Avgolemono

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Receitas Vegana Vegetariana

Salada de quinoa para harmonizar com azeite e amigos

Esta salada, inspirada num tabule, é sempre um sucesso em casa e ajuda a entender como escolher o azeite certo pra seus pratos.

Qual o princípio da harmonização de azeites?

O primeiro princípio é ter um bom azeite. Se você nunca experimentou um azeite brasileiro, pode adquirir o kit com o Guia de Azeites do Brasil e duas amostras de azeites mineiros selecionados pela azeitóloga Ana Beloto. Esta duas amostras são azeites produzidos com a variedade de azeitona arbequina, de dois excelentes produtores de MG: Fazenda Irarema e Borriello.

Os azeites de arbequina são normalmente mais suaves, mas esses dois produtores sabem extrair óleos com personalidade, um frutado delicado que lembra banana e morango e por isso respeitam um princípio importante quando falamos de harmonização de azeites: a similaridade.

O kit Guia de Azeites do Brasil com essas duas amostras de azeite  está à venda no site da editora Livrobits e é um presente bacana ou até mesmo uma boa ideia para brindes corporativos.

Tabule de quinoa com morango

Misture em uma tigela:

1 xícara de quinoa em grãos cozida por 20 minutos em água com sal

1 xícara de morangos picadinhos

1 pepino em cubinhos

1 cebola roxa pequena em cubinhos

1 xícara de salsinha picada

Hortelã, sal e pimenta do reino a gosto

Finalize com azeite à vontade.

Sirva com um vinho branco gelado e harmonize com os melhore amigos que você tiver disponíveis no momento.

 

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Abobrinha Receitas

Bolo de abobrinha com azeite (programa Mulheres da TV Gazeta)

Muita gente assistiu ao programa da Mulheres, da TV Gazeta, e pediu a receita do bolo de abobrinha, uma receita de origem italiana. Como a abobrinha é um vegetal com bastante água, o bolo fica fofo, mas úmido e com uma bonita coloração esverdeada (alô, Palmeirenses!). Fica ótimo se feito com um azeite de frutado intenso.

O que é um azeite frutado?

Já me perguntaram isso nas aulas, ninguém é obrigado a saber, e estou aqui para explicar: frutado não é uma fruta que se acrescenta ao azeite. Azeite extravirgem é um óleo sem nenhum mistura. Por ser obtido de um fruto, a azeitona, o azeite fresco exala aromas herbáceos. São esses aromas que chamados de “frutado” do azeite. Fica mais fácil de perceber se você comprar um azeite bem jovem e fresco. No caso dos produzidos no Brasil, experimente utilizar variedades como a koroneiki ou a picual.

Dica imperdível para bolos

De maneira geral, azeite fica muito bom em bolos a base de frutas ou legumes. Experimente fazer seu bolo de laranja ou cenoura com azeite e você vai perceber a diferença.

No meu livro O Guia de Azeites do Brasil você encontra mais receitas e aprende a provar e reconhecer os azeites.

Ingredientes para a massa do bolo

300 gramas de abobrinha ralada (mais ou menos duas abobrinhas)

250 gramas de farinha

100 de farinha de amêndoa

3 ovos

200 ml de azeite bem frutado

250 gramas de açúcar

1 colher de sopa de fermento

1 colher de chá de baunilha

Ingredientes para a calda

1 1/3 xícara (chá) de abobrinha picada

¾ xícara (chá) de água

½ xícara (chá) de açúcar

7 colheres (sopa) de suco de limão

1 cardamomo sem a casca (opcional, mas faz toda a diferença)

Modo de fazer

Esprema com as mãos a abobrinha ralada para tirar um pouco da água.

Bata o ovo e o açúcar até formar um creme volumoso.

Acrescente as farinhas, o azeite, a baunilha e o fermento.

Por último, incorpore a abobrinha deixando a massa bem homogênea.

Use uma forma bem untada. Este bolo demora um pouco mais para assar. No meu forno, que é elétrico, leva por volta de 50 minutos. Desenforme quando estiver frio.

Enquanto o bolo assa, faça a calda. Cozinhe a abobrinha com a água e o açúcar, em uma panela tampada, até ficar bem macia. Acrescente o suco de limão e o cardamomo e deixe ferver por mais 5 minutos. Retire do fogo e bata no liquidificador até obter uma mistura lisa. Deixe esfriar e sirva sobre o bolo.

Gostou? Mande uma foto! Ficou com alguma dúvida? Quer mais receitas? Inscreva-se na newsletter e receba gratuitamente o livro de receitas com azeite de países de todo o mundo.

Espere! Não vá embora ainda!

Tenho uma dica super de presente super original para este final de ano. Um kit contendo O Guia de Azeites do Brasil e duas garrafinhas de 50 ml com azeites produzidos em Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira.

O kit está disponível para venda na loja online da editora Livrobits.

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Copa Receitas

Copa&Cozinha França vs. Uruguai: Tapenade e Chimichurri

Tanto a tapenade como o chimichurri são pequenos grandes clássicos de suas respectivas culinárias. A tapenade pode ser comida com torradas, tomates ou muçarela. O chimichurri, comum tanto no Uruguai como na Argentina, é o acompanhamento perfeito para carnes grelhadas.

Os dois quase não precisam de receita e admitem algumas variações, mantendo a estrutura básica (azeitona preta micropicada, na tapenade, e salsinha, orégano e vinagre no chimichurri). Azeite para dar liga e sabor.

Tapenade

Você pode fazer no processador ou picadinho na ponta da faca. Ou metade processada e metade picadinha. Eu, pessoalmente, prefiro manter textura no preparo e fiz essa tapenade da foto apenas com a faca. Deu uma xícara mais um chorinho, suficiente para servir de entrada sobre torradinhas para quatro pessoas no jantar de hoje (recebemos visita da tia Marisa, a tia que sempre lembra de compartilhar meus posts. Valeu, tia!).

Piquei bem miudinho uma xícara de azeitonas pretas, um dente de alho pequeno, dois filés pequenos de anchova e acrescentei um esguichada de brandy (a Patricia Ferraz, do Paladar, recomenda rum. Eu usei brandy, conforme manda o Larousse Gastronomique. O Julien Mercier, que consultei para tirar uma dúvida, comentou que receitas mais antigas sempre levam bebida e lembrou desse vídeo da década de 60 com Raymond Oliver — recomendo que você não assista antes de dirigir, porque pode ser pego no teste do bafômetro). Por fim, umas 4 ou 5 colheres de sopa de azeite para dar liga.

Chimichurri

Usei como base a receita do Francis Mallman (que é argentino e não uruguaio). Ele faz uma salmoura aquecendo 1/2 xícara de água e uma colher de sobremesa de sal grosso. À essa salmoura já fria, acrescenta quatro dentes de alho, 1/2 xícara de salsinha e 1/2 xícara de orégano fresco picados. Uma colher de vinagre de vinho e 1/4 de xícara de azeite. Eu acrescentei ainda uma colher de sobremesa de grãos de mostarda. Fica melhor no dia seguinte.

Quem faz o Copa&Cozinha

A série de receitas Copa&Cozinha conta com o apoio de pesquisa da minha turma de alunos de pós-graduação em Gastronomia: História e Cultura no SENAC – SP.

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Copa Receitas Tomate

Copa&Cozinha Espanha: Ajotomate

Quando o assunto é azeite, tudo na Espanha é superlativo. O país produz 50% do azeite de oliva mundial, com um volume aproximado de 1.250.000 toneladas na safra 17/18. Quem tem ancestrais espanhois, sempre vem com aquela história da avó que fritava batatas em azeite de oliva — um luxo hoje menos frequente, já que as exportações espanholas sobem mas o consumo de azeite por lá decresce. O consumo médio de azeite é 10 litros per capita (metade da Grécia), embora muito desse azeite não seja virgem.

Ajotomate

As melhores comidas são as mais simples, diz uma prima minha de Portugal. Concordo, desde que os ingredientes sejam de excelente qualidade. O ajotomate, entrada típica da região da Múrcia, é um desses pratos. A combinação tomate, alho e azeite é muito saborosa e tem um benefício adicional. O beta-caroteno do tomate é melhor absorvido pelo corpo quando conduzido pelo óleo. E o azeite, por sua vez, contém micronutrietes que são anti-oxidantes e anti-inflamatórios. Para fazer esse prato, você precisa apenas do tempo do intervalo do jogo.

Ingredientes

6 tomates

4 dentes de alho picados

2 colheres de sopa de vinagre de vinho

1 pitada de cominho (opcional)

Azeite (pelo menos umas 4 colheres)

Modo de fazer

Separe 1 tomate, retire a pele e as sementes. Para retirar a pele, você faz um corte em cruz no alto do tomate e coloca em água fervente por uns 3 minutos. Retire, coloque em água fria e a pele vai sair com facilidade. Se ficar com dúvida, esse vídeo mostra como pelar o tomate.

A sequência pode ser feita com um processador ou liquidificador, mas o resultado é melhor se feito num pilão. Vá esmagando o alho, o tomate picadinho e os demais temperos até formar uma pasta.

Por fim, fatie os outros tomates (lembre-se que o tomate fica mais saboroso à temperatura ambiente) e sirva com esse molho por cima.

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Abobrinha Copa Receitas

Copa&Cozinha Uruguai: Pudim de Abobrinha

Dois produtores de azeite próximos a Punta Del Este valem a visita: o Colinas de Garzon, que mencionei quando publiquei a receita de fainá, e a Finca Babienca, que produz o azeite O’33. O Coupage Blanc dessa marca ganhou o Best in Class do NYOOC 2018, concurso de azeites em Nova Iorque que também premiou o azeite Irarema, de Poços de Caldas. O Coupage Blanc levou o prêmio Best In Class pelo azeite mais intenso e o Irarema o Best In Class pelo azeite mais delicado. O que esses dois produtores uruguaios e o brasileiro têm em comum: uma estrutura bem montada para receber turistas.

Para representar o Uruguai nas oitavas de final, escolhi um prato caseiro, feito com ingredientes fáceis de conseguir e que pode ser servido morno ou à temperatura ambiente. O pudim salgado leva parmesão e para ficar bem especial, usei o queijo d’Alagoa, um queijo que lembra parmesão mas é produzido aqui na Serra Mantiqueira e que também é um produto brasileiro premiado no exterior.  Em 2017 ele levou uma medalha de bronze no Mondial du Fromage, em Tours, na França.

Pudim de abobrinha (Budín de zapallitos)

Ingredientes

2 ou 3 abobrinhas italianas em cubinhos (aproximadamente 400 gramas)

1 colher de manteiga

Meia cebola picadinha

2 ovos batidos

Um pão francês amanhecido ralado

1/2 xícara de queijo parmesão ralado (metade vai misturado na massa, metade por cima)

Tomilho fresco, se tiver

Sal, pimenta e noz moscada

Modo de fazer

Unte uma forma de bolo inglês (forma retangular alta) e pre-aqueça o forno a 170 graus. Refogue a cebola e a abobrinha ligeiramente. Misture com os demais ingredientes. Cuidado com o sal, porque o queijo já  é salgado (metade do queijo misturado à massa, outra metade por cima para gratinar). Forno até o queijo dourar por cima (quase um tempo do jogo, vai espiando). Espere amornar, desenforme e sirva com azeite por cima — dê preferência aos de intensidade média, nesse caso.

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Copa Receitas

Copa&Cozinha Portugal: Pudim de Azeite e Mel

O melhor azeite do mundo? Para muitos brasileiros, sim. Para o prêmio Mario Solinas, concedido pelo Comitê Oleícola Internacional, também. Aliás, o resultado do prêmio saiu ontem, 29/06, e um azeite alentejano, da Sociedade Agrícola Vale de Ouro, foi escolhido como o melhor azeite verde ligeiro (ou suave).

A produção de azeites em Portugal quadruplicou na última década e o parque industrial tem se modernizado. Tem me chamado também a atenção o primoroso design dos rótulos (veja esse rótulo premiado do Amor é Cego), área em que temos um longo caminho a percorrer aqui no Brasil.

E tem tanta coisa boa para se fazer com azeite que eu nem precisei de receita de bacalhau. Esse pudim fica assando durante o primeiro tempo do jogo e resfriando no segundo tempo.

A receita é tradicional portuguesa, com alguns toques do chef Vitor Sobral (até onde eu sei, a ideia de quebrar o doce do pudim com uma calda de abobrinha e uma azeitona preta são dele).

Pudim de Azeite

Ingredientes do pudim

8 ovos

500 gramas de açúcar

1/4 de xícara de azeite para a massa e mais um pouco para untar as formas

4 colheres de mel

Raspas da casca de 1 laranja

Raspas da casca de 1 limão

Ingredientes da calda

1 1/3 xícara de chá de abobrinha picada (escolha as menores)

3/4 xícara de chá de água

1/2 xícara de chá de açúcar

7 colheres de sopa de suco de limão

1 cardamomo, sem a casca (eu sempre fico frustrado quando me dão receita com ingrediente que eu não encontro facilmente. Neste caso específico, se você não encontrar cardamomo, pode fazer a calda sem ele).

Modo de preparo

Pudim

Com um batedor de arame, incorpore o açúcar aos ovos e acrescente os outros ingredientes. Distribua em forminhas altas de 7,5 cm de diâmetro untadas com manteiga (mais ou menos 10 formas). Cubra as forminhas com papel alumínio e coloque no forno em banho-maria, a 180°C por aproximadamente 50 minutos. Use o teste do palito: o pudim estará no ponto certo quando um palito espetado nele sair limpo. Desenforme quando estiver morno. Normalmente esse pudim desenforma perfeitinho como o penteado do Cristiano Ronaldo. Se ele desmontar, não se preocupe — vai continuar gostoso.

Calda

Cozinhe a abobrinha com a água e o açúcar até ficar cozida. Acrescente o limão e o cardamomo por 5 minutos. Bata no liquidificador e sirva fria.

Para finalizar, a cereja do bolo (ou a azeitona do pudim)

100 gramas de azeitonas pretas sem caroço escaldadas 4 vezes
100 ml de água
25 ml de suco de limão
50 ml de mel
150 gramas açúcar
Casca de ½ limão-siciliano
Algumas folhas de hortelã picadas

Leve ao fogo o mel, a água, a casca e o sumo de limão, deixando ferver 1 minuto. Mergulhe as azeitonas na calda e perfume com a hortelã. Sirva sobre o pudim.

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