No Japão (assim como na China) o consumo do azeite tem um apelo: benefícios para a saúde. Os japoneses consomem 60 toneladas por ano e produzem 30. A produção está concentrada em 500 hectares na ilha de Shima, onde se cultivam espécies como arbequina, frantoio, nevadillo, manzanillo, mission e lucca (ou seja, nenhum espécie nativa).
Azeite na comida japonesa?
Assim como não há espécie nativa, a cozinha japonesa também não tem tradição de uso deste óleo. Eu pedi ajuda para a Yoko Moriyama (@scuolaolivina), degustadora de azeites japonesa e minha colega de turma na ONAOO, que sugeriu um “dip” para se comer com vegetais crus, à base de missô e azeite.
Dip de missô e azeite
Eu confesso que não botei fé: fiz a receita, experimentei, gostei, fotografei e esqueci. A prova de que a receita é boa foi minha mulher, que não gosta de missô, chegar do trabalho, ver o o prato em cima de mesa, provar e perguntar: “Por que você fez tão pouco?”
Modo de fazer
Refogue uma cabeça de alho em 50 ml de azeite. Acrescente uma colher de missô e 30 gramas de nozes bem picadas. Sirva com cenoura, pepino e salsão.
Usei missô feito pela Marisa Ono, pesquisadora e cozinheira que volta e meia dá um cursos concorridos em seu sítio em Ibiúna. Você pode comprar missô diretamente com ela ou no Ichiba do Aizomê. As nozes fresquíssimas foram produzidas no Rio Grande do Sul pela Casa Albornoz (ok, ostentei um pouquinho mas era só pra dizer o Brasil, além de azeite, já produz nozes pecan de qualidade. Estamos deixando de olhar apenas para commodities e começando a explorar melhor nossas regiões com clima temperado).
Quem faz o Copa&Cozinha
A série de receitas Copa&Cozinha conta com o apoio de pesquisa de meus alunos de pós-graduação em Gastronomia: História e Cultura no SENAC – SP