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Competições de azeite: datas de envio de amostras

Dez de maio de 2019 foi a data da cerimônia de premiação do New York International Olive Oil Competition. Eu e mais catorze jurados de todo o mundo passáramos a semana provando quase mil amostras de azeite. Como as amostras são codificadas, é só mesmo no dia da premiação é que ficamos sabendo quem são os vencedores. Entre outros azeites brasileiros, o Prosperato levou uma medalha e o Rafael Marchetti estava por lá para receber o prêmio pessoalmente. Nós decidimos sair para comemorar, mas não deu muito certo. Onde fomos parar para comemorar a medalha eu conto no final da história.

Cerimônia de premiação do NYIOCC, maio de 2019

Por que participar de competições

Ganhar uma medalha em competição internacional é sempre um atestado de qualidade. Mas isso também representa um investimento alto para o produtor, já que a taxa de inscrição pode custar até 250 euros, sem contas as despesas de envio. Por isso, há também muito ótimos azeites que preferem não entrar em competições.

O consumidor brasileiro dá valor às medalhas. Quando muitos ainda torciam o nariz e não acreditavam que produzíamos bons azeites, a participação em competições foi uma maneira de a Prosperato mostrar para o consumidor a qualidade dos brasileiros.

Competição com datas ainda abertas (atualizado em 09/04/23)

 

Anatolian IOOC 15-Apr https://www.anatolianiooc.com/
European IOOC (Genebra) 15-Apr https://eiooc.com/
Berlin GOOA 18-Apr https://berlingooa.com/
Oil China 18-Apr http://www.eoliveoil.com/olive-oil/oliveoilcompetition.html
SIAL 26-Apr https://sialcanada.com/en/olive-dor-competition/
Masters of Olive Oil 30-Apr https://mastersofoliveoil.org/
Leone D’Oro 01-May https://www.leonedorointernational.com/
EVO IOOC 05-May https://evo-iooc.it/en/
London IOOC 10-May https://www.londonoliveoil.com/
Italy IOOA 15-May https://www.italyiooa.com/
Terra Olivo 30-May https://terraolivo-iooc.com/competition/
LODO 05-Jun https://www.lodo-guide.com/
BRIOOC 15-Jul https://braziliooc.com/
Flos Olei 31-Jul https://www.flosolei.com/
Olivinus 01-Aug http://www.olivinus.com.ar/_SP/index.php
AVPA (França) 15-Aug https://pt.avpa.fr/huiles
NYIOOC 01-Oct https://support.nyiooc.org/
CIOOC (Canadá) 30/04 – 10/05 https://canadaiooc.com/your-brand-registration/
Scandinavian IOOC A ser anunciado https://scandinavianiooc.com/
US IOOC A ser anunciado https://usiooc.com/judges/
The Afro Asian IOOC A ser anunciado https://aaiooc.com/

Competição com datas já encerradas

Expoliva – Espanha
LA IOOC – EUA
Mario Solinas – Espanha
Zurich Olive Oil Awards – Suiça
EVOOLEUM – Espanha
Ovibeja – Portugal
CINVE – Espanha
JOP – Japão

E os dois baguais perdidos em Nova Iorque?

Voltando ao 10 de maio e aos dois baguais perdidos em Nova Iorque – Rafael e eu. Nós saímos da cerimônia de premiação por volta das 22:00 e queríamos jantar para comemorar o prêmio do Prosperato. Tentamos ir à Little Italy, e já não havia um restaurante aberto. Morrendo de fome, fomos parar num McDonalds e celebrarmos o prêmio com dois hamburgueres, alface e molho especial no pão com gergelim. Mas muito felizes!

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Quatro dicas para divulgar melhor o seu azeite

A comercialização do azeite brasileiro é um dos pontos frágeis da cadeia da olivicultura. Não há distribuidores formados, nem vendedores e consumidores informados. Por isso, não dá para desperdiçar nenhuma oportunidade de divulgação. É muito difícil conseguir espaço nos meios de comunicação para divulgar uma marca. Mas depois de duas décadas trabalhando com comunicação de temas complexos, aprendi algumas coisas que podem ajudar.

Lembrei de compartihar essa dicas porque passei as últimas seis semanas praticamente em quarentena para escrever a edição 2020 do Guia de Azeites do Brasil. Imagine que o único custo que um produtor tem para participar do guia, que terá uma ampla tiragem e distribuição em todo o Brasil é enviar uma amostra de 100 ml de azeite para eu escrever uma nota de degustação. Além disso, tem que dedicar uns 15 minutos para responder um questionário online. A principal pergunta é: “O que o seu azeite tem de especial?”. A partir dessa resposta eu consigo escrever um texto. Tem gente que abre o coração e, mesmo com o limite de seis linhas, até eu me emociono com o resultado final. E tem gente que, bem nessa pergunta, responde com uma palavra: “Tudo.”

De fato, é um ato de perseverança cultivar oliveiras no Brasil. Como esse texto é dedicado a produtores e não a consumidores finais, nem vou entrar em detalhes sobre os desafios de cada etapa da produção, que todos conhecem. Aliás, há 15 dias dei uma palestra sobre construção de marcas no 15º Dia de Campo da EPAMIG, em Maria da Fé – MG e me surpreendi que 60% da plateia era de interessados em iniciar essa trajetória. Bem-vindos. E façam a lição de casa usando essas dicas.

Voltando ao produtor que respondeu: “Tudo”. Sim, ele investiu todo o dinheiro e esforço que tinha para chegar no lote de 1.000 garrafas que produziu. Ele quer vender essa azeite para, no mínimo, reinvestir no próximo ano (nem vou falar de lucro, que foi o tema da ótima palestra da Ana Beloto e do Paulo Freitas no dia de campo). Mas não é falando do seu esforço que o consumidor vai ficar com dó e preferir sua marca. Não é falando que seu azeite é tudo de bom que o consumidor vai acreditar. Lembre-se, todos os outros produtores estão falando a mesma coisa.

Se alguém te procurar para divulgar sua marca, preste atenção nos pontos a seguir:

Dica 1: Tenha tudo na mão.

Do outro lado da mesa, tem uma pessoa cumprindo prazos para publicar. Se você tiver tudo na mão, a chance de ela falar de você é maior. Até você ligar para sua agência de marketing para pedir uma foto, o comunicador do outro lado já encontrou outro produtor que tinha tudo na ponta do dedo (dedo, claro, higienizado com álcoo gel).

Dica 2: Organize seu material.

A gente chama isso de press kit. Fotos da garrafa de azeite, fotos do olival e um texto descrevendo você. Fotos em alta resolução, não adianta mandar foto de celular. Para as garrafas, é legal ter duas alternativas: uma da garrafa em fundo neutro, sem enfeites, outro mais produzida. WhatsApp pode parecer prático, mas se você estiver falando com mídia impressa, envie por e-mail, porque o WhatsApp comprime as imagens e as inutiliza para impressão. Uma boa dica: deixe tudo já organizado num diretório virtual e compartilhe com o jornalista. Uma dica masterplus: deixe todas as imagens e todos os arquivos nomeados com o nome da sua marca. Por exemplo: foto_azeite_tesouro.jpeg. Isso facilita a conferência de quem está recebendo (imagine receber 10 fotos de produtores diferentes todas com o nome olival01.jpeg).

Dica 3: Indique onde seu azeite pode ser comprado.

Não economize nessa parte, nem tenha preguiça. Faça uma lista bem feita. Deixe em lugar bem evidente no seu site e envie também para o jornalista. Coloque endereços completos. Se possível, coloque o endereço dos sites. Usando novamente o exemplo do Guia de Azeites: tem gente que responde: “Em lojas especializadas”. Não é uma resposta que ajuda muito. Você quer mesmo vender o seu azeite ou, por causa de todo o trabalho para produzi-lo, quer guardar tudinho para você? Vou repetir: do outro lado tem alguém com pouco tempo para cumprir o prazo de entrega de uma matéria.

Dica 4: Saiba contar a sua história.

Se sua marca deixasse de existir, quem sentiria a falta dela? Essa pergunta é meio dura, mas verdadeira. As pessoas compram produtos mas também compram histórias. E não adianta falar (apenas) sobre o incrível índice de acidez livre abaixo de 0,1% do seu azeite. Tem mais azeites no mercado com esse índice também. O mesmo vale para todos os outros atributos técnicos. Tem algo que só existe na sua marca. Você precisa descobrir e treinar bem para falar desse “algo”. Quando você o descobrir, terá um gancho para contar sua história que fará todos prestarem atenção nela. Se a história for muito boa, as pessoas vão se encarregar sozinhas de passa-la adiante. É assim que funciona um vírus.

Agora arregace as mangas, lave as mãos e aproveite agora sua quarentena e comece a preparar seu material. Toda essa confusão vai passar e a gente vai ter que estar preparado para vender nosso azeite.

(A imagem que ilustra esse post mostra o poder de disseminação de um vírus e a importância da quarentena para evitar maior contágio).